Justiça libera empresários mas exige uso de tornozeleiras eletrônicas

Acusados de fraudes em licitações

A juíza de Cambará, Tatiana Hildebrandt de Almeida concedeu liberdade aos cinco acusados de fraudes e desvio de dinheiro público em prefeituras do Norte Pioneiro. Só que terão que usar tornozeleiras eletrônicas e pagar R$ 328 mil referentes a 350 salários-mínimos.
Há muitos documentos e o Ministério Público deve demorar alguns dias para protolocar as ações na Justiça.Com as oitivas já realizadas, já há indícios suficientes para a apresentação formal e integral da denúncia.
Os cinco mandados de prisão temporária (e mais um encarceramento por porte ilegal de arma) e 12 mandados de busca e apreensão foram cumpridos no último dia 26 , em residências e empresas nos municípios de Cambará e Jacarezinho, como parte de operação do Ministério Público do Paraná. Batizada de Tentáculos do Norte, a operação decorreu de investigações envolvendo um grupo de empresas suspeitas de fraudar licitações em diversos municípios da região.
Foram presos os empresários cambaraenses Jair Bertinatti, 65 anos e sua esposa, Elizete (foto), proprietários da Santa Clara Materiais de Construção. Jair chegou a ser candidato a vice na chapa de João Mattar(ex-prefeito que tentou e perdeu a reeleição) em 2016,mas desistiu durante a campanha eleitoral.

                               

Milton César Mota e Rodrigo Moreto também foram encarcerados acusados de laranjas no esquema criminoso, além de Edson Sena. O filho do casal Bertinatti, Jair Fernandes, que gerencia a filial de Jacarezinho, foi preso por porte ilegal de arma em sua casa em Jacarezinho.
Já o diretor municipal de Serviços Urbanos, Edson Sena, foi preso em sua casa.Ele foi demitido pelo atual prefeito, Haggi Neto(MDB).

                                             

Os promotores Kele Cristiani Diogo Bahena (foto) e Marcel de Alexandre Coelho estiveram na prefeitura e na delegacia de Polícia Civil.Neto se colocou à disposição.Ele não tem nenhuma ligação com os crimes. Já o ex-chefe do executivo não foi localizado para comentar o caso.

O objetivo é investigar mais um grupo de empresas suspeitas de fraudar 27 licitações em 12 municípios da região. Ainda não há uma estimativa do valor do prejuízo causado.

O trabalho de apuração, realizado pelo Grupo Especializado na Proteção ao Patrimônio Público e no Combate à Improbidade Administrativa (Gepatria) do Norte Pioneiro, pela 2ª Promotoria de Justiça de Cornélio Procópio e pela Promotoria de Justiça de Cambará, indicou a formação de um grupo de empresas, todas com ligação entre si e chefiadas pelas mesmas pessoas, com a finalidade de fraudar licitações. As fraudes foram realizadas pelo ingresso simultâneo em licitações e uso de empresas em nome de “laranjas”, além da atuação do grupo em dispensas de licitações direcionadas.

                               

Os mandados foram cumpridos por integrantes do Gepatria, da 2ª Promotoria de Justiça de Cornélio Procópio e da Promotoria de Justiça de Cambará, com o apoio das Promotorias de Justiça de Ribeirão do Pinhal, Uraí, Wenceslau Braz, Jacarezinho e Congonhinhas. Foram presos temporariamente quatro empresários e o servidor público de Cambará.

O bando denunciado teria participado de licitações fraudulentas a partir 2010 envolvendo pelo menos 11 prefeituras da região, incluindo Ourinhos(SP).

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