Unidade monitora capacidade de leitos e aguarda dados para análise
Segundo informações obtidas com exclusividade pelo Npdiario, a Santa Casa realizava, em média, 30 partos por mês. Embora o Hospital Regional (Cerca de 170 concepções mensais) esteja, por ora, mantendo os atendimentos, a instituição ainda não consegue estimar com precisão o impacto total da transferência.
O maior problema no momento é o número limitado de leitos disponíveis. Ainda é cedo para fazer uma análise efetiva. É preciso mais tempo para entender o impacto e discutir alternativas junto à FUNEAS e à Secretaria de Estado da Saúde (SESA).
A Fundação Estatal de Atenção em Saúde do Estado do Paraná (FUNEAS) é uma fundação pública com personalidade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, de beneficência social, vinculada à SESA, e diretamente ligada aos hospitais regionais para efeito de supervisão e fiscalização de suas finalidades.
Mesmo antes da mudança oficial, o HRNP já estava recebendo parte da demanda devido à redução na capacidade de atendimento da unidade de saúde jacarezinhense. No entanto, com a transferência total ocorrida há cerca de uma semana, passou a ser responsável por todos os casos de concepções da região, o que pode comprometer sua estrutura, caso medidas de reforço não sejam tomadas.
Segundo declarou a diretora-geral Márcia Cristina Altvater (foto acima) são 90 leitos ativos.
E também:
Leitos Cirurgia: 16
Leitos maternidade/obstetricia: 36
Leitos clínica médica: 8
UTI Adulto: 10
UTI Neonatal: 10
Pediatria (até 28 dias): 8
Isolamento: 2
O HRNP está atendendo em média 170 partos/mês, sendo referência em maternidade (inclusive alto risco) para os 22 municípios que compõem a 19ª Regional.
”Com a notícia do fechamento da maternidade da Santa Casa estamos proporcionando a devida assistência a todas as gestantes de Jacarezinho; porém, no momento, ainda não podemos quantificar de modo preciso, qual será o impacto”, observou, apreensiva.
O prefeito de Jacarezinho, Marcelo Palhares, manifestou sua indignação diante do que classificou como um “retrocesso inaceitável” na saúde pública do município.
O médico Sérgio Faria, inclusive, já está trabalhando em Ipaussu, município paulista de 13.712 habitantes, distante 52 KM de Jacarezinho.
A Santa Casa de Misericórdia, com 95 anos, comunicou de forma unilateral a suspensão dos atendimentos nas áreas de obstetrícia e ginecologia. Com essa decisão, nenhuma criança poderá mais nascer em Jacarezinho, obrigando gestantes a se deslocarem até Santo Antônio da Platina para atendimento no Hospital Regional do Norte Pioneiro.
Em pronunciamento feito em frente à unidade de saúde, o chefe do executivo foi enfático ao afirmar que a decisão foi tomada de maneira intransigente. “É um absurdo! Uma entidade com 95 anos de história, que sempre foi símbolo de nascimento e acolhimento, agora se nega a atender as gestantes da nossa cidade. Isso jamais havia acontecido”, afirmou Palhares.
A Prefeitura, que nos últimos anos tem ampliado gradativamente os repasses financeiros para a instituição, considera injustificável a alegação de falta de recursos. Segundo o prefeito, o valor destinado à Santa Casa saltou de R$ 1,7 milhão em 2020 para R$ 3,6 milhões em 2024, com a previsão de atingir R$ 5 milhões até o fim deste ano — o maior montante já repassado pelo município à entidade.
Marcelo Palhares nesta quarta-feira, dia 21, está em Curitiba, onde se reuniu com Beto Preto, secretário de Saúde do Paraná.
Karol Joseph Woytilla Soares Lima. Presidente da Santa Casa de Misericórdia de Jacarezinho desde março de 2024, foi procurado pelo Npdiario, mas até agora não prestou declarações.